23/02/2008

MEgalomaníaco


Coisas hediondas ocorrem em minha cabeça. No meu asteróide particular. Coisas não mais hediondas. O mundo é meu. Aqui os valores tribais foram execrados. Fica só o valor da morte. O do não existir... A regra aqui é a exceção. A regra aqui sou eu. Me tranco porque o cinza-escuro de meu quarto me é agradável. Porque o cheiro de mofo é digno de um fracassado, graças a Deus; se eu acreditasse em fracasso ou fracassados. Se eu acreditasse em mim... Nunca somos os mesmos, por isso essa descrença. A maioria é mais facilmente manipulada. E vai valorosa. Quem paga mais para calar? Quem recebe mais para ficar calado?
Mas no fim sempre sou eu contra eu mesmo. Não sei quem vencerá: se a minha parte perdedor ou se a minha parte vencido. No fim sempre haverá ambos, ambíguos. Ah, essa minha defecção... São imponderáveis as minhas dores. É indigna a minha condição. Nem me pergunte que condição, isso não tem relevância. A minha condição simplesmente culmina com 500 anos de histórias mal contadas... Mas somos o futuro, digo, vocês são o futuro, minhas cãs não me permitem mais pensar no futuro. Já estou pronto, acabado. Uma coisa, porém, determinado, é o que nunca fui, você já? Essa luta perene e vã, como já se sabe... é

21/02/2008

ECLIPSE



Eu Também tenho estado nessa condição. Não estou derramado Pois já sublimei. Vago sem forma por aí, louco de luto, porque coisas morrem o tempo todo. Não sou o liquido, não sou o que lhe pode absolver, sorver, enfim eu que sou intragável, intragável eu, o vil, a criatura que se frustra cada vez que escuta um não, eu o nada existencial. você sabe quem é você? Eu não sei quem sou, tenho saudades de mim desde que nasci, ainda não me encontrei, estou numa prisão sem muros. Estou solto á mercê de minha liberdade que me mata, que não me diz o que fazer... Será que eu preciso é de um senhor? Não, acho que não... Não tenho vocações para satélite; não tenho vocação para nada muito menos para dizer amém..

Às vezes num eclipse nos encontramos e debulhamos poucas palavras, mas eu não te conheço, no entanto quase já sei quem é você ,

Se tem dor agora depois que se curar não mais quererá saber de mim:

me tornaria pedante.

Será que há lugar para nós dois?

18/02/2008

Boa Sorte


Eu queria alguém que perdesse o sono por mim. Alguém que sentisse algo estranho e aterrador se eu o desapontasse. Mas sou tão enfadonhamente previsível que não surpreendo nada nem ninguém. Assim ninguém perde o sono para discutir comigo sempre as mesmas velhas coisas de mim o tempo todo. Já fiquei para trás há muito tempo. Mas estou , também, deixando muitas outras coisas para trás definitivamente. Acabou, “não tem mais jeito, boa sorte”. Isso me mataria: saber que não sou mais amado. O que me mataria, na verdade, seria a ferida no ego, pois sei que uma vez que sobrevivo a mim mesmo, sobreviverei a qualquer outro ser, principalmente se ele não perder o sono por mim, eu sobrevivo sozinho a mim mesmo ...