11/12/2008

Sepultamentos

Tem morrido em mim uma poesia a cada dia

A cada dia em que não escrevo

Em que me omito

Meus pensamentos são sepultados em covas rasas

Tem morrido em mim uma poesia

Uma poesia a cada dia que não tiro do peito

Esse rasgo poético

Esses versos brancos

Que a muitos não dizem nada

São apenas brancos

E cada dia sem uma nova poesia eu morro

Um pouco ou muito...

Mas a cada verso novo

Novo ao menos o nome

Renasço mais poético

Ou quem sabe mais patético

O certo é que fico

Inquieto

Pois quero em mim

O lirismo de algibeira

O lirismo cadente

Quero qualquer coisa poética

Longe do patético

O esforço é grande

O êxito incerto

O que importa é que estou de luto.

03/12/2008

Onde está a civilização?

Onde está o culto?
onde está o belo?
onde está o estético?
onde está o onde?

A civilização de tribos
nos trilhos das desigualdades:
Há quem prefira as beiras...

Triângulos inúteis
Se virei a esquina foi porque assim quis
não, não ultrapassei os limites fronteiriços
Foi uma escolha, não uma imposição.
Não invada minhas fronteiras
Elas têm guardas a vigiá-las

Há quem zele por elas
E não pecamos por excesso de zelos
Somos uma ilha
E nela não há necessidaes de outros mundos
chaves e cadeados cônscios
Ora, ora, ora, quem diria
Que o vulto , é sombra?


Ora, ora
Cavernas e cavernas
Está escuro aí dentro...
Mas é onde você quer ficar

Nem posso
nem devo
condenar

viva no fundo escuro
A luz cega.