11/12/2008

Sepultamentos

Tem morrido em mim uma poesia a cada dia

A cada dia em que não escrevo

Em que me omito

Meus pensamentos são sepultados em covas rasas

Tem morrido em mim uma poesia

Uma poesia a cada dia que não tiro do peito

Esse rasgo poético

Esses versos brancos

Que a muitos não dizem nada

São apenas brancos

E cada dia sem uma nova poesia eu morro

Um pouco ou muito...

Mas a cada verso novo

Novo ao menos o nome

Renasço mais poético

Ou quem sabe mais patético

O certo é que fico

Inquieto

Pois quero em mim

O lirismo de algibeira

O lirismo cadente

Quero qualquer coisa poética

Longe do patético

O esforço é grande

O êxito incerto

O que importa é que estou de luto.

Um comentário:

  1. Morrer ou matar, faz diferença?
    Não se for o outro.Que morram!!A poesia não, mesmo que nunca tenha nascido,eternamente viverá naquele que a hospeda.Viva então a poesia e o seu hospedeiro! Não são os versos brancos que dão cor à vida?

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