13/09/2012

Calado
Nos enleios dos silêncios noturnos
Um copo, um gole, um trago...
As presenças são mínimas
E tão pobres as rimas

Desce a noite
A madrugada
E tão nefasto, perdido!

03/08/2012

Do que mais gosto é voltar para casa...
Alheio aos meios de predação capitalista, ou quase
Sob o olhar permissivo do aconchego.

Voltar e voltar a voltar

19/05/2012

lluvia

Pluie nous aide à voir

E sem ajuda não conseguimos ver
Nada!

A chuva ajuda
Inunda...
Toma, chega...

Cíclica como a lua
Imprevisíveis mulheres...

A chuva, a lua e a maré

cabaré
luar
lupanar...

A chuva ajuda
O escuro revela....

vela
revela
desvela...

Inundações pulsões de mortes vãs...






02/05/2012

Encontros insistentes

A vida é um eterno desencontro
consigo e com o outro
É eterna solidão.
De empatia inexistente.

É solidão e ponto final.

02/04/2012

rpt


a vida se repete e se perde a graça.

A vida se repete
A vida se emudece
a vida passa
Assim tão de repente.
Não é fresco de um cheiro de char de erva doce.

Não é um chocalho,
Não é um móbile
Aliás, depois de certo tempo
Nada se move.

Não é o cheiro sereno
é o cheiro ocre da velhice.

Enlheio de anos
Récuas de anos
anos vagabundos
pesados
alienados
mal vividos
mal amados

um vida suportada, emprestada
não devolvida...

É preciso tanta vida?
vivida num eterno crepúsculo?






01/03/2012

Saudade

Não  é o que tenho
É a maldita falta


À flor da pele
ventos
bicas, tempestades, copos
moinhos de ventos vãos.
A luta é contra
O invisível,
O intangível,
                                  O indizível memorável.


Moinhos de ventos, esses monstros que perseguem os sonhos,
                 que os moem,

                            que os fazem nada,  de nada.

                                                Sopram para longe, bem para dentro de sua terra árida
O escândalo da visa alheia
                                            Que se tornou a sua.

                                                                Vai com o vento, nesse relento
Nesse momento ébrio.

                                 Porque sóbria mesmo é a dor
            Que exala à flor da pele o cheiro acinzentado de uma vida...