05/03/2021

Protoegoismos

 Não sou eu que quebro o bibêlo que se presume esse nosso enlace. 

É  você que ama outras coisas e tem medo de partir , fora de alcance.




Parta-se, quebre-se

Só há cacos em toda parte em qualquer lugar 

Há cacos de mim aqui e acolá 


E ninguém há de catá-los

Viva seu prazer solitário

Não soube a minha solidão. 

Frágeis bibelôs 

Frágeis proto-amores.

Aborte!

 

15/02/2021

Pneu furado

 Jaz em mim a esperança de uma bicicleta quebrada,

 Lagarda há tempos num canto.

Jaz em mim a esperança de desespero de um fim de amor.

Jaz em mim os passo para uma cova 

Notícia nada nova 

Jaz em mim as velhas notícias desde sempre 

O que tem vida e não vive

Que olha a vida por frestras

Que sente esmolas de afetos 

E em contrapartida dá tudo o que tem 

Por isso que nada fica 

Jaz em mim a esperança do fim de tarde d um domingo qualquer 

Uma tarde laranja 

Uma tarde de angústia 

Jaz em mim a esperança da agonia 

Afogo em rios rasos 

E pântanos pegajosos 

Jaz em mim uma bicicleta sem rodas 

Afagos em devaneios rasos.






17/01/2021

Tempo espaçado, vazios

 Não caibo em lugar algum: aqui, ali, algures

Indiferente não pertencendo a nada . 

Não me caibo em mim. 

Me afogo num mar de rostos tortuosos , vazios e agonizantes

Agonizo aqui.

Agonizo ali

Acolá

Algures.

Minha vida de abutres 

Minha vida de vazios sozinhos 

This void 

Impossible to avoid.

Lies in my  loneliness

My solitude 

I'm solo all the way. 

Kill me 

Kill me

I can't do it by myself.

Kill me

I'm ill

Just kill

Me 

My killer 

Pain killer 

Kill the pain 

Who is in my bones ?

Who is my body ?

Where are they?

Lonely

Lonely

Kill me

Kill me antil I die.