30/07/2009

Móbiles


Resolvi , assim do nada, me livrar de umas papeladas que havia na estante e em algumas gavetas, posto que encontrei (o que transcrevo logo abaixo) o que postei via sms para um amigo há alguns anos. Muito provavelmente em meados de 2005.

Via celular
- Vc me deu um sentido verdadeiro ao q é amizade. A minha por vc é imponderável. Silencio perante os desmundos e me comprazo c nossa dor.

Clecheirosamente as vistas me dizem sempre não: não pertence a nenhum desses desmundos. Sou uma cadeira numa platéia rala. Não sei a q pertenço. Ao cataclismo? Sou apêndice. Quero me amputar.


Pensei q não teceríamos comentários degradantes a respeito um do outro... melindre?

Não há mascaras! Há imediatismos. A vida são escolhas . vc deve fzr as q melhor atendem aos seus desejos e fugas. A mim não tem que explicar nada! “deixe-me ir,preciso andar... sorrir p não chorar” epifania das dores de desmundo.


Não me procuro pq si q não me acho. Trouxe a corda, a cicuta e a vida para acabar? Temo não poder fzr nada por vc! Amor não sustenta,né?

sempre há caminhos alternativos p anestesiar a dor e sofrimento do existir. Entendo o seu pesar. Enterre-se até o pescoço. Queira cova funda. Cônscio da dor, dói menos. Quixote q o diga. Toda luta é vã. P q lutar? Não há prazer sem angústia reversa.

É, mandei algumas sms, mas obtive poucas de volta, as que recebi não foram à altura desejada. Por isso que muitas pessoas que passam em nossas vidas, apenas passam. Nem merecem um adeus, um tchau, um até logo. Um longo caminho de distâncias e apartamento se faz necessário para deixar a vida transcorrer sem mágoas ou ressentimentos. Quem ama seja lá que amor for, desama...


26/07/2009

Vaidades

A paixão e piedade andam lado a lado, diferentes do óleo e da água, elas se misturam perfazendo um martírio ilusório de necessidade recíproca. É uma dança de vaidades mesquinha que se apraz com o fingimento mútuo, na tentativa burlesca de ser parte do outro.

14/07/2009

Enterro Coletivo

O prazer é solitário, assim como a dor. Interessante como o ego precisa constantemente ser afagado. Quando alguém de sua família morre há uma mistura de dor, revolta, ódio e puro egoísmo. Meio confuso, pois bem, explico:

É possível afirmar que a dor da perda se mistura com vergonha, é, vergonha. O objeto de seu amor se vai e você fica revoltado até com ele mesmo porque não resistiu à vida. Você se sente envergonhado e essa vergonha é atenuada com a próxima morte desde que não seja de seu próximo, espera-se. Pois para aplacar o seu sofrimento só a complacência com o sofrimento alheio. Olhar do alto da indiferença e ver que DEUS não odeia apenas a sua família, supõe-se...

Quando a morte leva a metade do outro mundo você não se abala, você até se sente exaltado pois foi poupado de coisas... Para suavizar a morte só a morte do vizinho. Saber que eles padecem é um refrigério para uma alma cansada de dor. Afinal a dor que eles sentem naquele momento não é sua. Por isso que o prazer e a dor são solitários. Nem adianta dizer que sente muito. MENTIRA!!!

Alguém tem que morrer para que sua vergonha passe.