O prazer é solitário, assim como a dor. Interessante como o ego precisa constantemente ser afagado. Quando alguém de sua família morre há uma mistura de dor, revolta, ódio e puro egoísmo. Meio confuso, pois bem, explico:
É possível afirmar que a dor da perda se mistura com vergonha, é, vergonha. O objeto de seu amor se vai e você fica revoltado até com ele mesmo porque não resistiu à vida. Você se sente envergonhado e essa vergonha é atenuada com a próxima morte desde que não seja de seu próximo, espera-se. Pois para aplacar o seu sofrimento só a complacência com o sofrimento alheio. Olhar do alto da indiferença e ver que DEUS não odeia apenas a sua família, supõe-se...
Quando a morte leva a metade do outro mundo você não se abala, você até se sente exaltado pois foi poupado de coisas... Para suavizar a morte só a morte do vizinho. Saber que eles padecem é um refrigério para uma alma cansada de dor. Afinal a dor que eles sentem naquele momento não é sua. Por isso que o prazer e a dor são solitários. Nem adianta dizer que sente muito. MENTIRA!!!
Alguém tem que morrer para que sua vergonha passe.
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