Estive falando com minha mãe outro dia. Disse-lhe que achava que eu tinha mudado, e muito. Ela, para minha surpresa(ou não), disse que eu não mudei absolutamente nada. De certo modo fiquei aliviado, pois não queria ter mudado mesmo. E como ela me conhece mais do que eu mesmo, já que é uma expectadora de minhas errantes ações, que no fim mantém um padrão comportamental recorrente.
Achar que havia mudado talvez tenha sido um desejo bobo de não estar onde estou. Acho que sou como a margem do rio: sempre contempla as águas passarem, o que elas trazem e o que elas levam, às vezes é alterada por uma conreteza mais forte, por um entulho que a propria água mais tarde se engarrega de levar.
Assim não creio (ainda como consolo) que não mudar seja algo tão ruim. Se não como a margem de um rio, talvez também possa ser como as nuvens que sempre andam mudando e no entanto nunca deixam de ser nuvem.
Deixamos de ser muitas coisas em detrimento de outras, somos tantas outras em prol de erros... E no fim nunca mudamos, pois “o inferno são os outros”.
A foto e o texto passam uma ideia de contemplação ou, quiça, de um observador. Crítico-analítico, percebe as mudanças, faz seu exame minucioso e julgamento. Na auto-análise, ensaia ver suas próprias mudanças. Não fica na certeza, porém, se existem...
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