01/07/2010

Ergo sum

       A pessoa diferente que somos cada vez que nos encontramos com uma pessoa diferente. 
         É estranho, confuso e até bizarro o que algumas gentes despertam na gente e no que a gente se transforma em suas diversas presenças...
Algumas deixam na gente uma saudade da gente, da pessoa que nunca mais seremos porque nunca mais nos veremos. Eu tenho estado no limbo nessa condição patológica em não dizer adeus ao meu eu emprestado do outro que me despertou o que quiça nem fui, ou quiçá apenas sonhei em ser o que sentia  ser naquele momento que me prende no passado que me  faz crer que foi meu melhor eu ou o seu melhor ser. 
            Nem pesaria a minha dor por não ser mais o que cri ser a melhor parte de mim que estava escondida e que foi descavada de forma brutal, feroz, vívida e apaixonada... Eu não me acho mais tal qual, porque me esvaziei no que achei ser eu, em minha plenitude. Tenho me cansado de me procurar, de não ser mais o ente que presumi ser quando em presenças furtivas... 
           Tenho-me perdido e esquecido nas cinzas do tempo, e não me esqueço do que fui e nem me agrado mais do que sou. Estou me sentindo confuso nesse texto prolixo, porque me perdi comigo mesmo, de um modo estúpido e em cada braço  e abraço queria me reencontrar naquele momento em que mais fui eu... 
            E eu nunca mais serei eu como eu gostei de ser eu...

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