16/08/2010

Equiláteros


O verão passou
o azedo do verão fica
Aqui não se diferencia uma coisa da outra...

o verão passou
a paixão de verão me deixou
E eu não deixei ninguém...
essa minha mania de não dizer adeus
tampouco de saber e acatar
Adeus a-deus
A deus-dará

E vivendo no inferno onde as coisas não brotam
Esperando pela primavera quiçá
Tenha a esperança de sentir o cheiro acre de paixão
De novo na palma da mão
Sendo um títere qualquer
Vivendo no outono
Vivendo nem lá nem cá

Porque o verão me roubou
Me levou tudo em que acreditava
O cheiro ocre de vontade
A cor do roubo e do vazio
A cor do que foi 
nem chegou a ser...

E na primavera
Quimera equatorial
Equiláteros
Se acostume, nunca há
Amor igual...

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