A madruganda entra tão abruptamente, nem pede licença...
A madrugada come minhas horas
E o labor completa a minha autofagia de horas
Consumo minhas horas no ócio
Anseio por não fazer nada...
Corro para nao fazer nada
Não condescendente com o sistema
Ah, o sistema..
Não tenho pressa
Ando paulatinamente arredio...
Quero ouvir a musica toda pelo caminho
Reduzo a velocidade,
deixo-a no compasso
Até o meu destino a terei saboareado por completo
No entanto as madrugadas são vorazes
Elas têm a pressa que eu não tenho
Nem de viver
Nem de morrer
A minha pressa
é
Fazer nada já me bastaria.
A velocidade já não importa
O que importa é não importar
É não dar importância
Se der só vai atrair o que não deseja
Mas o que rejeita...
A madruga passa
E eu fico com sono
talvez e só talvez, a poesia salve alivie as dores da alma entre tantos espinhos que nos espetam.
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