12/11/2008

Bodega

Quero cultivar cicuta

Quero me desagregar

Quero fugir à guerra

Guerreio pela morte

Não pelos louros

Vou-me embriagar

Para fugir

Ébrio

Anti-social

Ébrio

Vejo tudo distorcido

É mais bonito

Ébrio

Me vejo com os brios sepultados

Quero a sociedade pudica

Ébrio

Me jogo na sarjeta

Por onde me escorre o lixo desse luxo

Ébrio

Sou marginal

Ébrio

Me esvazio

Ébrio

Vejo em dobro

Ébrio

Da miséria que me cerca

Ébrio

Levantam muralhas

Ébrio

Estou do lado de fora

Ébrio

Fujo à luta

Ébrio

Me cicuto

Tremo diante do muro

Ébrio

Escrevo tortuosamente

Ébrio

Estou do lado de fora

Ébrio

Marginalizo-me

Ébrio

Não me suporto

Ébrio

Insisto na cicuta

Ébrio

Não resisto e vou à luta

Ébrio

Fujo

Fico

Parto

Aborto

Mato

É o onde que não tem gente

Não tem marginal

Não tem gente!

Ébrio

Me confundo

Ébrio

Me embebedo

Ébrio

Fico mais bêbado

Ébrio

Sou marginal

Marginal

Marginal!

Ébrio

É o muro

É o tempo

É a conta bancária

Ébrio

É o muro

É morte lenta:

Cicuta social

Nenhum comentário:

Postar um comentário