Quero cultivar cicuta
Quero me desagregar
Quero fugir à guerra
Guerreio pela morte
Não pelos louros
Vou-me embriagar
Para fugir
Ébrio
Anti-social
Ébrio
Vejo tudo distorcido
É mais bonito
Ébrio
Me vejo com os brios sepultados
Quero a sociedade pudica
Ébrio
Me jogo na sarjeta
Por onde me escorre o lixo desse luxo
Ébrio
Sou marginal
Ébrio
Me esvazio
Ébrio
Vejo em dobro
Ébrio
Da miséria que me cerca
Ébrio
Levantam muralhas
Ébrio
Estou do lado de fora
Ébrio
Fujo à luta
Ébrio
Me cicuto
Tremo diante do muro
Ébrio
Escrevo tortuosamente
Ébrio
Estou do lado de fora
Ébrio
Marginalizo-me
Ébrio
Não me suporto
Ébrio
Insisto na cicuta
Ébrio
Não resisto e vou à luta
Ébrio
Fujo
Fico
Parto
Aborto
Mato
É o onde que não tem gente
Não tem marginal
Não tem gente!
Ébrio
Me confundo
Ébrio
Me embebedo
Ébrio
Fico mais bêbado
Ébrio
Sou marginal
Marginal
Marginal!
Ébrio
É o muro
É o tempo
É a conta bancária
Ébrio
É o muro
É morte lenta:
Cicuta social
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