Ser qualquer um deles na aparência, na idade, no jeito, nas atitudes, não faria de mim nada diferente do que sou. Sugaria apenas sua juventude, me poupando de seus medos, defeitos, já tenho o suficiente em mim. Mergulhado num caldeirão de palavras, todas inúteis, são incapazes de me libertar de qualquer coisa que eu sinta. Aquela beleza, aquele olhar aquela juventude nunca foram meus, nunca serão. Porque eu sou qualquer coisa, menos o que queria, porque eu tenho tudo, menos o que quero, o que possivelmente de deleitaria. Mas ainda que tivesse, de cero, passaria a não ter valor; me perderia de vislumbrando a juventude passando, eu perdido no umbral.
O que eu queria sentir esse meu caldeirão não me dar uma chance de explicar, toda essa inutilidade vocabular me deixa incomunicável, inerte, incerto. Apenas um humano que não se compraz em estar aqui, ou ali, pois sou deveras miserável:só quero o que não tenho.
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