Sinto que a essência do gin se mistura a mim, acompanhada pelo ansiolítico de 4 mg, mas meu sono se limita a apenas 4 horas. Desperto com uma sensação de desconforto.
Não é uma dor física, é a dor de existir. Não me encaixo em mim mesmo, nem em lugar algum. Tudo é doloroso; anseio pela morte, mas me falta a coragem para o ato final.
Sou, acima de tudo, um covarde marcado pela dor.
Viver dói, morrer também?
Não sei. Na covardia, não tenho resposta. Tomarei outra dose e tentarei suportar até que as doses se esgotem.
Estou só, existencialmente só.
Quero a morte.
Tenho medo dela.
Tanto quanto temo viver.
Outra dose de gin.
Mais 6 mg de ansiolítico e um betabloqueador.
Para ver se bloqueio a dor.
Estou só, triste e vazio.
Não há remédio que cure isso em mim.
Estou meio morto.
Meio vivo.
Mas quase morto.
Mais perto da morte.
Estou só e não quero companhia.
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