17/03/2020

Um bolinho

Essa solidão de uma carneira caiada. Que carcome as carnes podres, lindamente branco por fora; fétido e podre por dentro. A solidão me devora por dentro num mundo imagético em que minha imagem se  confunde com  fundos e figuras esquálidas.  Um vício maldito me assola como um verme que  consome o último pedaço de carne podre.
Me pergunto o que faço com tanta dor se tenho tanto amor  sem destino. Dói. A dor dói quando não se tem destinatário para o amor. Pois amar é sempre solitário e eu não quero mais solidão. Talvez servir um pedaço de bolo me deixe um pouco mais menos solitário.

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